sábado, 30 de junho de 2007

Edição de Julho

Número 59 da revista «Pessoal» – edição de Julho. Na capa, Pedro Rebelo de Sousa. Deixo aqui o meu editorial.

O viajante
Podia abrir a apresentação deste número da revista com um dos muitos temas que preenchem as secções habituais; temas ligados à gestão das pessoas, na sua grande maioria. Mas deixem-me fugir um bocadinho… Lá mais para o final, para a viagem que costumamos publicar. Desta vez é uma viagem especial, não por ser a do mítico Transiberiano, mas por ser escrita pelo Tiago. O meu amigo Tiago, viajante deste mundo e de todos os outros mundos que só ele é capaz de construir. Essa viagem é uma de tantas que fez nos últimos anos, os mais recentes, depois de se ter estreado creio que numa ida a Moscovo que até teve o dedo do Partido Comunista – como lhe escutei numa entrevista das nossas tardes televisivas; isto sem contar com as coisas menores, aquelas idas já não sei se a Badajoz se a Ayamonte «para molhar os pés». Eu, no Algarve, ia a Ayamonte.
É um prazer ler os textos do Tiago, este por exemplo, o que está na parte final da revista, com as suas andanças no mítico comboio; como foi um prazer ler outro que publicámos e em que ele contava as suas peripécias pelas serranias – se me é permitido o termo – do Tibete. São coisas assim que o Tiago, por estes dias, vê tomarem a forma de um livro, aquele cuja capa se reproduz mesmo no centro deste texto. «Viagens Sentimentais», é o livro do Tiago, o viajante que a falar na mesma entrevista televisiva que referi dizia a propósito de um tema lançado pela jornalista… «O famoso arroto magrebino de certeza que não haveria de ficar bem na Bica do Sapato.» E o restaurante que em Lisboa olha para o rio e para a agora célebre «margem sul», perto da estação dos comboios – lembrei-me eu ao ouvi-lo –, teria esse restaurante sucesso pelos areais do Magreb?
Lembrei-me de perguntar, a mim próprio, mentalmente, e nem obtive resposta. Não tive tempo, porque alguma armadilha do meu cérebro me fez pensar logo a seguir naquele ministro que em pose desengonçada falou exactamente da «margem sul», e do «deserto», que podia ser o mesmo deserto onde tantas vezes ecoa o tal «arroto magrebino». A «diversidade cultural», foi o tema que a jornalista lançou, e o Tiago referiu o famoso restaurante lisboeta e a muito mais famosa maneira de dizer que a comida estava boa e que soube muito bem.
É um prazer, como referi, ler os textos do Tiago, e tê-lo nesta edição – e logo agora, numa altura especial, em que vê sair em livro por cá muitas das suas aventuras pelos mundos de que falei, o nosso e todos os que ele é capaz de abarcar com a sua imaginação. A mesma edição na qual não deixámos – de forma nenhuma – os temas ligados a gestão das pessoas nas organizações. Alguns de que já aqui falámos noutras ocasiões, como as tecnologias de informação ao serviço dessa mesma gestão das pessoas, ou a gestão das empresas familiares (que são, afinal, a maior parte das empresas que existem); ou até as questões ligadas ao recrutamento e à selecção daqueles mesmas pessoas, ou as que têm a ver com a formação. Mas também há temas de cuja abordagem por aqui é coisa de que não me recordo, por exemplo aquela imagem tão corrente na língua portuguesa (e se calhar noutras, com a devida tradução), a de engolir sapos – tão corrente na língua portuguesa e ao mesmo tempo tão corrente nos meios ligados às empresas e ao trabalho, se calhar em todos os meios ligados à própria vida.
Na capa, à semelhança do que aconteceu na edição anterior, está o homem de quem apresentamos o perfil: Pedro Rebelo de Sousa, que lidera uma conhecida e bem sucedida sociedade de advogados. O viajante do título é o Tiago, mas como se pode ver pelo texto do perfil podia muito bem ser o próprio Pedro Rebelo de Sousa.

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