Charlotte Duda (França)
«Muitos dos problemas de agora resultam das soluções encontradas antes para outros problemas.»
«Muitos dos problemas de agora resultam das soluções encontradas antes para outros problemas.»
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Charlotte Duda, presidente da Association Nationale des Directeus et Cadres de la Fonction Personnel (ANDCFP), de França, é directora de recursos humanos da filial francesa de uma empresa norte-americana que trabalha em tecnologias de informação; tem também sobre a sua responsabilidade a área de recursos humanos da filial tunisina.
Na empresa em que trabalha, com as responsabilidades que tem quer em Paris, quer na filial tunisina, sente alguma convergência nas principais questões em que se vê envolvida?
Existe muita convergência. A organização é a mesma, em França e na Tunísia. Há perfis de recrutamento que são iguais. A Tunísia é um país com um excelente nível de educação, especialmente no que diz respeito aos mais jovens. E depois a França e a Tunísia têm uma História comum. Há, é claro, um recrutamento sobre dupla competência francesa e técnica, falar bem francês, conseguir trabalhar em ambientes virtuais… No caso da minha empresa, trabalha-se com equipas que têm características muito específicas. E há uma segunda situação; a Tunísia é um país que está em modernização. Têm muito bom nível cultural, mas têm menos cultura técnica, conhecimento técnico sobre o terreno. Mas fazem um bom trabalho com o mesmo nível de exigência, de cultura, de procedimentos, que em França. De resto, práticas, competências, gestores, administradores, é tudo igual nas duas filiais.
Essa experiência em França e na Tunísia ajuda-a a compreender a filosofia do projecto «Agora RH»?
Sim. Eu tenho a oportunidade de trabalhar directamente em França e num país do Magreb na função Recursos Humanos, e este projecto diz respeito ao Mediterrâneo. Posso vivê-lo verdadeiramente em situação real, ter até uma visão parcial de cada pais, com as suas especificidades. Mas hoje quem tem a função Recursos Humanos na sua dependência tem preocupações internacionais, mesmo que não esteja em funções como as minhas. Os mercados a isso obrigam, porque são internacionais, assim como a concorrência é internacional. De forma que somos obrigados em permanência a saltar os muros da empresa, para ouvir, conhecer outras visões, outras reflexões, de muitos temas, de muitos sectores.
Como e visto o espaço do Mediterrâneo pelas empresas francesas?
É difícil ter uma resposta geral, de todas as empresas. Os grandes grupos há muito que trabalham em boa parte dos países do mundo, e muito nos países mediterrânicos. Em África, por exemplo, fazem enormes esforços para perceber as culturas dos países, procuram adaptar-se. Penso que em relação ao espaço mediterrânico há por parte dos empreendedores uma grande abertura. Depois, existem aqueles problemas que se colocam por exemplo ao nível da diversidade, em França… As nossas universidades, as nossas empresas, muitas abriram escritórios, filiais, agências, em todos os países do Magreb… Talvez seja uma contradição, a economia ajuda, permite fazer uma evolução considerável em termos de mentalidade. Estou segura de que na empresa em que trabalho, para qualquer assalariado, trabalhar noutro país transformou a sua visão das pessoas do Magreb.
Pensa que há diferenças para a visão dos políticos nesta questão?
Penso que há uma evolução de todos os sectores da sociedade. A questão das mentalidades é difícil… Os políticos procuram resolver situações que vêm de há dezenas de anos… Em relação à diversidade, não conheço a posição de cada partido. E a verdade é que muitos dos problemas de agora, inclusive, resultam das soluções encontradas antes para outros problemas.
Na empresa em que trabalha, com as responsabilidades que tem quer em Paris, quer na filial tunisina, sente alguma convergência nas principais questões em que se vê envolvida?
Existe muita convergência. A organização é a mesma, em França e na Tunísia. Há perfis de recrutamento que são iguais. A Tunísia é um país com um excelente nível de educação, especialmente no que diz respeito aos mais jovens. E depois a França e a Tunísia têm uma História comum. Há, é claro, um recrutamento sobre dupla competência francesa e técnica, falar bem francês, conseguir trabalhar em ambientes virtuais… No caso da minha empresa, trabalha-se com equipas que têm características muito específicas. E há uma segunda situação; a Tunísia é um país que está em modernização. Têm muito bom nível cultural, mas têm menos cultura técnica, conhecimento técnico sobre o terreno. Mas fazem um bom trabalho com o mesmo nível de exigência, de cultura, de procedimentos, que em França. De resto, práticas, competências, gestores, administradores, é tudo igual nas duas filiais.
Essa experiência em França e na Tunísia ajuda-a a compreender a filosofia do projecto «Agora RH»?
Sim. Eu tenho a oportunidade de trabalhar directamente em França e num país do Magreb na função Recursos Humanos, e este projecto diz respeito ao Mediterrâneo. Posso vivê-lo verdadeiramente em situação real, ter até uma visão parcial de cada pais, com as suas especificidades. Mas hoje quem tem a função Recursos Humanos na sua dependência tem preocupações internacionais, mesmo que não esteja em funções como as minhas. Os mercados a isso obrigam, porque são internacionais, assim como a concorrência é internacional. De forma que somos obrigados em permanência a saltar os muros da empresa, para ouvir, conhecer outras visões, outras reflexões, de muitos temas, de muitos sectores.
Como e visto o espaço do Mediterrâneo pelas empresas francesas?
É difícil ter uma resposta geral, de todas as empresas. Os grandes grupos há muito que trabalham em boa parte dos países do mundo, e muito nos países mediterrânicos. Em África, por exemplo, fazem enormes esforços para perceber as culturas dos países, procuram adaptar-se. Penso que em relação ao espaço mediterrânico há por parte dos empreendedores uma grande abertura. Depois, existem aqueles problemas que se colocam por exemplo ao nível da diversidade, em França… As nossas universidades, as nossas empresas, muitas abriram escritórios, filiais, agências, em todos os países do Magreb… Talvez seja uma contradição, a economia ajuda, permite fazer uma evolução considerável em termos de mentalidade. Estou segura de que na empresa em que trabalho, para qualquer assalariado, trabalhar noutro país transformou a sua visão das pessoas do Magreb.
Pensa que há diferenças para a visão dos políticos nesta questão?
Penso que há uma evolução de todos os sectores da sociedade. A questão das mentalidades é difícil… Os políticos procuram resolver situações que vêm de há dezenas de anos… Em relação à diversidade, não conheço a posição de cada partido. E a verdade é que muitos dos problemas de agora, inclusive, resultam das soluções encontradas antes para outros problemas.
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