Os números 74 e 75 da «Pessoal» (edições de Outubro e de Novembro de 2008). No início do mês não coloquei logo aqui a capa do número 74 (onde aparece Mário Figueira). Coloco agora, e também a do número 75 (capa com Daniel Bessa). Termina com estes números o meu trabalho na revista, iniciado no Verão de 2002.
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Deixo a seguir os dois últimos editoriais…
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Número 75
O encontro
A edição de Novembro. Surge bem mais cedo do que o habitual devido à realização do «Encontro Nacional da APG», que costuma decorrer precisamente nesse mês mas que este ano tem datas marcadas logo em Outubro, a 22 e 23, no Porto. Esta edição da «Pessoal», que tem na capa uma figura do norte, será aí distribuída.
A figura é Daniel Bessa, que entrevistámos a propósito do tema «a ligação entre as universidades e as empresas»; é um trabalho complementado com o depoimento da responsável pelos Serviços de Carreira da instituição de ensino que o antigo ministro da Economia agora dirige.
Quero ainda destacar alguns temas da edição… Um especial sobre call centers, várias entrevistas – por exemplo, uma com um especialista em planos e fundos de pensões, outra sobre outsourcing de recursos humanos e outra com um velejador que tem levado um pouco por todo o mundo aquilo que Portugal tem de realmente bom. E também um estudo sobre blended learning em Portugal, uma reflexão sobre as mulheres e a carreira, o testemunho de Márcia Trigo – a primeira presidente da Comissão Nacional de Aprendizagem – e a história de uma parceria de sucesso de duas consultoras que dedicam particular atenção à gestão das pessoas nas organizações. Além de um destaque muito especial, o perfil de Mário Ceitil, um dos mais prestigiados especialistas portugueses em recursos humanos.
Depois, o habitual dossier, que tem como tema, precisamente, o próprio «Encontro Nacional da APG». Não a edição deste ano, a quadragésima primeira, mas esta realização em termos históricos. O encontro que acontece a cada ano, desde 1967 (ainda eu não era nascido), três anos a seguir à criação da Associação Portuguesa dos Gestores e Técnicos dos Recursos Humanos (APG) por um pequeno grupo de profissionais; com um nome diferente, mais de acordo com a terminologia da época, mas a mesma associação. No dossier o que apresentamos é uma retrospectiva do que têm sido as várias dezenas de edições do encontro, a partir de um livro que foi publicado no final de 2004 pela associação, na altura em que comemorou 40 anos de existência; e também o testemunho dos primeiros tempos dessa aventura, e do primeiro encontro, com o excerto de uma entrevista que também para esse livro foi feita a um dos fundadores, Raúl Caldeira, o primeiro presidente. Boa parte da história da gestão das pessoas nas empresas do nosso país está no percurso da APG, está no que se foi dizendo ano após ano naqueles encontros; está nas figuras que ajudaram a construir a associação, por tudo o que foram capazes de construir também na sua profissão.
Talvez esta seja a edição mais adequada para me despedir de tanta gente que sempre me ajudou neste projecto. É a última da «Pessoal» em que participo, 75 números depois no caminho iniciado em Agosto de 2002. Muita gente me ajudou neste projecto. Na minha despedida fica sobretudo um profundo agradecimento, a todas essas pessoas, que mesmo sem terem aqui o nome tenho a certeza de que sabem que esse agradecimento é para elas. Não conseguiria colocar todos os nomes no espaço desta página, porque foram mesmo muitas as pessoas. Este projecto, para mim, agora que olho para trás, foi ele próprio um encontro. E desse encontro, de sete anos, é muito, não tenho dúvidas, aquilo que levo.
O encontro
A edição de Novembro. Surge bem mais cedo do que o habitual devido à realização do «Encontro Nacional da APG», que costuma decorrer precisamente nesse mês mas que este ano tem datas marcadas logo em Outubro, a 22 e 23, no Porto. Esta edição da «Pessoal», que tem na capa uma figura do norte, será aí distribuída.
A figura é Daniel Bessa, que entrevistámos a propósito do tema «a ligação entre as universidades e as empresas»; é um trabalho complementado com o depoimento da responsável pelos Serviços de Carreira da instituição de ensino que o antigo ministro da Economia agora dirige.
Quero ainda destacar alguns temas da edição… Um especial sobre call centers, várias entrevistas – por exemplo, uma com um especialista em planos e fundos de pensões, outra sobre outsourcing de recursos humanos e outra com um velejador que tem levado um pouco por todo o mundo aquilo que Portugal tem de realmente bom. E também um estudo sobre blended learning em Portugal, uma reflexão sobre as mulheres e a carreira, o testemunho de Márcia Trigo – a primeira presidente da Comissão Nacional de Aprendizagem – e a história de uma parceria de sucesso de duas consultoras que dedicam particular atenção à gestão das pessoas nas organizações. Além de um destaque muito especial, o perfil de Mário Ceitil, um dos mais prestigiados especialistas portugueses em recursos humanos.
Depois, o habitual dossier, que tem como tema, precisamente, o próprio «Encontro Nacional da APG». Não a edição deste ano, a quadragésima primeira, mas esta realização em termos históricos. O encontro que acontece a cada ano, desde 1967 (ainda eu não era nascido), três anos a seguir à criação da Associação Portuguesa dos Gestores e Técnicos dos Recursos Humanos (APG) por um pequeno grupo de profissionais; com um nome diferente, mais de acordo com a terminologia da época, mas a mesma associação. No dossier o que apresentamos é uma retrospectiva do que têm sido as várias dezenas de edições do encontro, a partir de um livro que foi publicado no final de 2004 pela associação, na altura em que comemorou 40 anos de existência; e também o testemunho dos primeiros tempos dessa aventura, e do primeiro encontro, com o excerto de uma entrevista que também para esse livro foi feita a um dos fundadores, Raúl Caldeira, o primeiro presidente. Boa parte da história da gestão das pessoas nas empresas do nosso país está no percurso da APG, está no que se foi dizendo ano após ano naqueles encontros; está nas figuras que ajudaram a construir a associação, por tudo o que foram capazes de construir também na sua profissão.
Talvez esta seja a edição mais adequada para me despedir de tanta gente que sempre me ajudou neste projecto. É a última da «Pessoal» em que participo, 75 números depois no caminho iniciado em Agosto de 2002. Muita gente me ajudou neste projecto. Na minha despedida fica sobretudo um profundo agradecimento, a todas essas pessoas, que mesmo sem terem aqui o nome tenho a certeza de que sabem que esse agradecimento é para elas. Não conseguiria colocar todos os nomes no espaço desta página, porque foram mesmo muitas as pessoas. Este projecto, para mim, agora que olho para trás, foi ele próprio um encontro. E desse encontro, de sete anos, é muito, não tenho dúvidas, aquilo que levo.
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Número 74
A tecnologia e o desenvolvimento das pessoas
O principal destaque desta edição é Mário Figueira, um homem com um percurso muito ligado às novas tecnologias e ao desenvolvimento das pessoas (ou formação, se assim se preferir). Se pensarmos nestas áreas, trata-se sem dúvida de um dos mais conceituados profissionais portugueses; e a entrevista que nos concedeu é bem reveladora disso mesmo. Deixo a seguir pequenos excertos do que nos disse…
– «Está aí uma nova geração de nativos digitais a quem também chamamos ‘homo zappiens’, que tem uma atitude diferente face à tecnologia, comparada com a dos imigrantes digitais. Esta realidade está a ter profundas consequências nos processos de aprendizagem, tornando a colaboração um dos factores determinantes nos modelos pedagógicos.»
– «O Learning 2.0 caracteriza-se por ser um processo conduzido pelos indivíduos que aprendem e não pelas organizações que os querem ensinar ou formar. É a passagem de um modelo de distribuição do conhecimento para um modelo de partilha do conhecimento por colaboração.»
– «As empresas devem procurar criar sistemas de aprendizagem fortemente enraizados nas necessidades de negócio sentidas pelo colaborador no posto de trabalho. Desta forma proporciona-se a construção de conhecimento que possa ser colocado rapidamente ao serviço do cliente.»
– «O desenvolvimento das pessoas será efectuado com base num repositório de conteúdos digitais a partir do qual se criam ofertas transversais de aprendizagem para toda a empresa e ofertas específicas para cada colaborador de acordo com as suas necessidades de desenvolvimento.»
– Seymour Papert disse uma a vez a Al Gore, então vice-presidente dos Estados Unidos, que ao invés de se colocar um computador em cada sala de aula, o governo deveria criar condições para que cada aluno tivesse o seu computador pessoal. Ilustrava este desafio com uma pergunta… ‘O que teria acontecido se, quando foi inventada a escrita, só tivéssemos uma caneta em cada sala de aula para partilhar pelos alunos?»
– «As tecnologias de informação e comunicação têm-se desenvolvido para facilitar a vida das pessoas em sociedade. A formação é responsável pelo desenvolvimento das pessoas e das suas competências. Ter a possibilidade de contribuir para a ligação entre estes dois mundos com o meu trabalho é uma grande satisfação, porque estou a trabalhar para facilitar o desenvolvimento das pessoas.»
Com muitos outros temas se completa esta edição. Destaque ainda para uma reportagem sobre formação de executivos, um dossier sobre outplacement, uma apresentação de caso sobre o tema da mudança, o balanço de uma importante conferência europeia sobre e-learning que teve lugar em Portugal, uma reflexão sobre gestão do conhecimento e a perspectiva de um responsável pela gestão das pessoas de uma multinacional no nosso país sobre como serão os locais de trabalho no futuro.
A tecnologia e o desenvolvimento das pessoas
O principal destaque desta edição é Mário Figueira, um homem com um percurso muito ligado às novas tecnologias e ao desenvolvimento das pessoas (ou formação, se assim se preferir). Se pensarmos nestas áreas, trata-se sem dúvida de um dos mais conceituados profissionais portugueses; e a entrevista que nos concedeu é bem reveladora disso mesmo. Deixo a seguir pequenos excertos do que nos disse…
– «Está aí uma nova geração de nativos digitais a quem também chamamos ‘homo zappiens’, que tem uma atitude diferente face à tecnologia, comparada com a dos imigrantes digitais. Esta realidade está a ter profundas consequências nos processos de aprendizagem, tornando a colaboração um dos factores determinantes nos modelos pedagógicos.»
– «O Learning 2.0 caracteriza-se por ser um processo conduzido pelos indivíduos que aprendem e não pelas organizações que os querem ensinar ou formar. É a passagem de um modelo de distribuição do conhecimento para um modelo de partilha do conhecimento por colaboração.»
– «As empresas devem procurar criar sistemas de aprendizagem fortemente enraizados nas necessidades de negócio sentidas pelo colaborador no posto de trabalho. Desta forma proporciona-se a construção de conhecimento que possa ser colocado rapidamente ao serviço do cliente.»
– «O desenvolvimento das pessoas será efectuado com base num repositório de conteúdos digitais a partir do qual se criam ofertas transversais de aprendizagem para toda a empresa e ofertas específicas para cada colaborador de acordo com as suas necessidades de desenvolvimento.»
– Seymour Papert disse uma a vez a Al Gore, então vice-presidente dos Estados Unidos, que ao invés de se colocar um computador em cada sala de aula, o governo deveria criar condições para que cada aluno tivesse o seu computador pessoal. Ilustrava este desafio com uma pergunta… ‘O que teria acontecido se, quando foi inventada a escrita, só tivéssemos uma caneta em cada sala de aula para partilhar pelos alunos?»
– «As tecnologias de informação e comunicação têm-se desenvolvido para facilitar a vida das pessoas em sociedade. A formação é responsável pelo desenvolvimento das pessoas e das suas competências. Ter a possibilidade de contribuir para a ligação entre estes dois mundos com o meu trabalho é uma grande satisfação, porque estou a trabalhar para facilitar o desenvolvimento das pessoas.»
Com muitos outros temas se completa esta edição. Destaque ainda para uma reportagem sobre formação de executivos, um dossier sobre outplacement, uma apresentação de caso sobre o tema da mudança, o balanço de uma importante conferência europeia sobre e-learning que teve lugar em Portugal, uma reflexão sobre gestão do conhecimento e a perspectiva de um responsável pela gestão das pessoas de uma multinacional no nosso país sobre como serão os locais de trabalho no futuro.